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sábado, 25 de fevereiro de 2012

Tanque de Foguete

E quem diria
que realmente viria
Abrupto este dia

Dona Maria chegou junto
na janela e
Benzadeus!
Que troço é esse
que não tem cara de bicho
nem tem cara de homem
e também não dá pra servir
no almoço das criança?

Seu Zé foi armado
e seu batalhão ao seu lado,
O cachorro e o menino do machado.

E na terra onde nem mosca se move
Quem sabe a terra toda foi movida
Por um terremoto?
Um grupo de gado
Que quem sabe estava perdido?
"Quem sabe".

Mas foi o João da Vila que viu
O mistério de metal
Abraçado à terra,
Como se tivesse vindo uma bomba
que inicia uma guerra
Que vem lá do céu!

E Rosana que não tarda
E arde sempre uma boa fofoca
Chamou os Homens
e eles vieram:
Empacotados em seus ternos,
Vieram.

- Deixa disso, Rosana!
É coisa de É-TÊ,
Tem que jogá bem longe da Terra,
Chama os homi não.

- Deixa disso, ô João!
Vem os homi pra cá
Faz o que tem que fazer
E a gente aparece na tevê!

E o mistério navega sem dificuldades
Pela aridez do sertão,
Despertando qualquer intriga
Pelas terras de seu João

Mal sabia o homem,
Que guerra com E.T. não era,
mas sim um pedaço
do que aproximara o Homem
Um pouco mais do céu.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

(Ainda que meu amor e minha capacidade de compaixão tivessem limites e eu não os pudesse oferecer à todo ser que me cativa, eu o devotaria, completo e sem limites, exclusivamente a você)
E a menina
que insiste e diz
que ama tanto a natureza

Bastou pousar a Borboleta
em sua cabeleira

Que saltou urrando:
"Afasta de mim
essa absurda
estranheza!"

Quero te dar

Quero te dar o momento em que você nasceu em mim como uma guerra
e eu, fraco e sem munição, fui vencido sem esforço por você;
E quero te dar o momento seguinte em que, sem forças nem ao menos para erguer
a bandeira da derrota, te deixei me invadir,
e assim me cedendo, você nasceu em mim com a suave e tranquila
paz em mim mesmo...