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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Poeta.

O poeta não vive apenas da linguagem elevada, como diz o senso comum.
O poeta é tão humano quanto o médico, o advogado e o economista.
O poeta guarda suas emoções e as vezes a solta e chora, gritando por dentro o nome da mãe.

O poeta também já foi criança e também roubou um pedaço do bolo de laranja da vó,
Já brincou de carrinho e já disse umas péssimas no ouvido da namorada.

O poeta já quis pular de pára-quedas
e o poeta também já desejou ter grana demais nos bolsos pra passar as férias em Marseille.
O poeta já bebeu demais e vomitou no vaso da planta preferida da mãe do amigo do poeta.

Ah! inóculos olhos prisioneiros,
dá-nos algum remédio que nos cure dos preconceitos,
para agarramos de vez estas flores que nasceram no concreto!

O poeta, amigo, escarra!
O poeta é você, mijando no meio da rua!
O poeta perdeu a passagem e ficou esperando o trem de depois!

O poeta somos nós, a todo momento, em cada vão instante!

Mas sabe bem o poeta, que só a arte salva.

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