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terça-feira, 2 de novembro de 2010

11092001

Eram dois caixotes, um do lado do outro, solitários e na espera.
Há quem diga: Os maiores do mundo!
Mas continuam sendo caixotes, em sua plena existência.

E tal como se sabe, caixote só existe se for pra abrigar
banana, mudança, livro velho e sapatos.
Pois aí que se diferenciavam, os tais caixotes...
Por fora não eram diferentes dos outros,
- aliás, eram muito parecidos - 
mas por dentro...
Por dentro traziam uma...
Uma selva, vai lá. 
Agitações, dores-de-cabeça, contas a pagar,
ternos, elevadores...
Todos esses bichos de uma perfeita selva.

Enormes caixotes: 
de tão enormes que eram não tinham como serem derrubados.
Mas aconteceu e é o que dizem...
- Psiu, não conta, mas parece que foi um pássaro, 
desses que american boy não costuma ver todo dia - 
Derrubou os caixotes.

Não sei, não vi, mas dizem que foi um grande espetáculo:
primeiro, leves, foram brotando pétalas do caixote,
que flutuaram até abraçar o chão.
Depois, parece que da selva 
se formou uma rosa meio estranha, alaranjada,
sem perfume nem forma exata,
toda fumaça e destruição.

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