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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

(Na maior parte dos dias, acontecia
de o tempo demorar pra me encontrar,
os caminhos serem mais longos
e os passos terem menos fôlego.)

Eu andei por toda Higienópolis
e o bairro me sentia lá na Liberdade
- ora se eu não parecia uma estrangeira -
Who who who cares?

Cada indivíduo me olha e não diria
que me assola um terremoto
com escala máxima de Richter:
Um passo e outro parecendo que eu
queria rachar a Terra - na verdade queria -

- Pessoa, acho que eu poderia...

Porque era um pensamento que esgoelava
neurônio por neurônio
e tanto minha realidade se transfigurou
em um trajeto impaciente
e atemporal.

Ora essa, I was the waterpipes
e por dentro de mim corria
(d)esgo(s)to ácido,
sem ter onde desembocar.
Cadê Paciência?

(Sofro de vermelhidão aguda,
não escondo.)

Olho ao meu redor e vejo uma neblina
que não existe. Alberto Caeiro,
há metafísica demais neste mundo.
Um menino do outro lado da rua:
Sei que está lá mas não vejo.
Estou nervoso.
Não há nada a ser feito, mas quem sabe -

... ter escrito o Livro do Desassossego. -

Nervoso estando não há o que te
possa brecar,
meus olhos apenas enxergam os sinais vermelhos
e quando não isso, que sorte eu dei
de não morrer desligado
atropelado.

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