Pages

segunda-feira, 12 de março de 2012

90 anos de Kerouac

2008 foi o ano em que eu, pela primeira vez, entrei em contato com a Geração Beat e Jack Kerouac se tornou meu guia pelo mundo maravilhoso da contra-cultura.

No entanto, quando eu peguei On the Road nas mãos, na única versão disponível pela LP&PM Pocket, não imaginava o quanto eu mudaria depois de lê-lo. Percorri os poemas de Ginsberg, contos de Bukowski, mas nada me atraiu tanto quanto a prosa de Kerouac e suas personagens. É bem verdade que a estrada, afinal de contas, não salva ninguém. O epicurismo não é a chave para a completa libertação. Jack Kerouac sabe bem. Mas não se trata disso. Depois de ler e reler On the Road tantas e tantas vezes, eu finalmente adotei Dean Moriarty como um de meus guias espirituais. Aquelas páginas guardadas no meu velho livrinho amarelo me ensinaram, como ninguém poderia ter feito, a diminuir meus preconceitos e admirar de forma mais humilde as pessoas que me cercam. Tentei de alguma forma olhar pelos olhos de Dean, me perguntando diariamente: "O que Sal e ele fariam?"; E afinal, meu engrandecimento foi tamanho que creio que não há mais volta.

O nome dos grandes homens não morrem com seus corpos: ressoam por uma eternidade, deixando um sopro de vida que engrandece-nos com suas obras.

Meus parabéns, Jack, onde quer que você esteja.

"E eu me arrastava na mesma direção como tenho feito toda a minha vida, sempre rastejando atrás de pessoas que me interessam, porque, para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo. Agora, aqueles que nunca bocejam e jamais falam chavões, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício, explodindo, como constelações em cujo centro fervilhante — pop — pode-se ver um brilho azul e intenso."



Nenhum comentário:

Postar um comentário