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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Certo dia, vi
Uma sem-graça garrafa de papel
Boiando no beijo azul do mar
Pequenas palavras cantarolavam na minha fantasia,
Enviaram-me piratas! Eviaram-me
Um surto roubado,
Uma estrela caída...

Borradas na tinta de um velho poeta,
E sofridas como uma bailarina que se vê rechonchuda.
Todas as palavras sufocaram-me ao peito.
Mas não eram minhas.
Nem eram de ninguém.

Eram apenas do mar e daqueles que lá moram,
Fui eu o tolo de lá tira-las.
O tolo de arriscar-me querido e presente.

Nenhuma carta foi escrita...
Foi só meu olhar perdido no recife
Que as escreveu
E as mandou com as ondas,
Junto com as gaivotas no ar...

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