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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

o vulcão sou eu

Ai que dor!
Ora, por que, me diz?
Se me sinto tão caótica
quanto a fumaça de um vulcão
que acaba de explodir!
…sinto os nervos tremendo prontos para implodir…
me sinto a própria lava do vulcão!
(Ou o vulcão sou eu?)
Sou eu?
Pois então: estou quente como se o
vulcão fosse eu.

É febre caótica fechando minhas
noites em dias tão ensolarados que
a luz parece flechadas nos olhos.

Ah! Maldita febre…
Pois tão ortodoxa quanto minha febre
não há.
Vontade minha de despedaçar
o mal-estar que me dissolve
os neurônios…

Mas… que isso!
Por hora outra vontade me consome -
E essa vontade me faz querer,
e tudo que vejo
é mais do que ver tudo -
Em dois minutos o pescoço parece
não me erguer mais e minhas pernas
parecem dois frágeis galhos em meio à
ventania.
Por hora…

E agora o que quero, e só isso, é
coagular a dor de todos esses
sonhos esquizofrênicos e mentirosos.
Sonhos os quais mantém o vulcão
em erupção e me convidam à
pular na gruta vermelha e eterna
dele.

Que dor, ai que dor!
se uma voz ecoa, consigo ouvir
música: não, ora, não é música!
São aqueles sonhos esquizofrênicos
brincando de inverter meus sentidos.
E eu sinto um gosto diferente de
um amor que não é amor:
É um vulcão queimando manso
meus olhos.

Olho… Olho… porém nem
ao menos consigo confiar no que vejo.
Vejo, mas meus olhos são os portais
da mentira dos meus outros sentidos.
E quando vejo, na verdade,
sei quem é:
são os anõezinhos trocando de ordem
minhas palavras e minha realidade:
Minha lucidez se foi!

Foi embora… E dizem que já vai tarde…

Mas e eu, navegando nesse mar,
sinto as náuseas do vírus que
castiga minhas células:

Eu troquei os antídotos! Enquanto quero
me curar, minha consciência é
levada por dois cavalos, meus olhos,
rumo ao precipício de apenas te ver e tanto
te almejar.

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