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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Perturbada a noite cala
sendo ela noite-dia o chulo comemorar
da riqueza trazida pelo zéfiro de aroma de ambrósia
e entre acolchoados
nos deitamos no calor do ócio e
do vinho quente, que ardia o pescoço
suavizado
pelo abanar das penas por um escravo

Tibério, tu queres minha mulher?
Venha cá e traga seu mel que
te entrego meu amor,
que o bom gosto é para os olhos
mas para o apetite também.

Não peço alcaçuz, melaço e nem uvas de outro Reino
porque sentir só o vinho posso
E desdenho o azeite fino e o pão requintado
que de migalhas já não vivo mais.
Vivo do dançar defronte a morte
no vivo prazer que me tirou a
sorte.

E lá em cima - ou de trás -
também vejo nosso vilão de Bailleul
Louco seja eu chamado, que
creio mais no vilão do que
em mim.

Ah vilão! trouxeste pra mim
de novo o tocador de trompa!?
O rijo potro, nos vales úmidos que o Sol não vê,
será alimentado de novo!

Oh vilão,
trouxeste a pele francesa
e egipcia pra meu potro degustar!
Tu não te incomodas, violão,
por aqui pastará uma
cavalaria inteira!

Na fonte eterna de
ir e voltar, da secura das mãos e
do aguçado tremor que os olhos
insistem em guardar

Pelo chão, a carne
e a semente amam-se
juntas na hemorragia
letal que
minha pálida e fria bebedeira trouxe.

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