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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Solamente só.

Ah, visão rasgada que tenho
pelo adocicado gume de viver,
pelo excesso do jubileu angelical
que consome meus poros
- e logo meu antigo semblante -
como o próprio ácido que
carrego no estômago.

Eras tu o tão belo inseto que percorrias
os cantos do meu cérebro
me provocando arrepios
que eu chamava de alegria.
E agora! Agora és tu o inseto que virou parasita
do elixir de que uso para sustentar minhas
próprias pernas;
És tu o aracnídeo que tece uma teia no
compasso do meu coração,
me sufocando mais em cada filho que deixas
nadar em minhas veias.

Dor endiabrada,
tão fria quanto o suor mais puro de Lampião,
e tão fervorosa quanto o satânico
ritual do pentagrama invertido:
não me deixes.

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